Policial Militar que arremessou homem de ponte é indiciado por tentativa de homicídio e ganha liberdade em SP

Segundo o TJ, o benefício foi concedido porque a prisão preventiva do PM foi considerada uma "antecipação de pena".


A Justiça concedeu habeas corpus para o Policial Militar, Luan Felipe Alves Pereira, preso por arremessar um jovem de uma ponte, no ano passado, na Vila Clara, Zona Sul de São Paulo.

De acordo o Tribunal de Justiça (TJ), a decisão foi tomada nesta quinta-feira (10). O benefício foi concedido porque segundo a Justiça, a prisão preventiva é considerada uma "antecipação de pena".

A partir de agora, o Policial Militar Luan Felipe Alves Pereira, de 29 anos, responderá o processo em liberdade. Na última segunda (07), a Polícia Civil indiciou Luan por tentativa de homicídio. Ele foi interrogado no presídio, mas disse que só falaria em juízo.

Lembrando que Luan Felipe já foi acusado pela morte de um suspeito com 12 tiros, após uma perseguição em Diadema, na Grande São Paulo. Na época, o caso, que inicialmente tramitou na Justiça Militar, foi encaminhado à Justiça comum, sob suspeita de homicídio doloso, mas acabou sendo arquivado em janeiro deste ano.

O caso da Vila Clara


Durante uma abordagem, o Policial Militar, juntamente com outros seis PM's, foi flagrado por um morador da região, que registrou toda a cena com um aparelho celular, jogando um homem do alto de uma ponte.


Nas imagens, que rapidamente circularam e repercutiram nas redes sociais, foi possível ver os Policiais vasculhando a área, enquanto um Policial da ROCAM Luan Felipe, segura Marcelo Amaral, de 25 anos, que já estava detido e joga o rapaz de cima da ponte. O rapaz caiu dentro do córrego e ficou desacordado. 

Segundo a PM, os Policiais capturaram o rapaz, após ele fugir da abordagem com a moto. Todos os Policiais envolvidos na ação são do 24º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Diadema, na Grande São Paulo.

O que diz a vítima

No depoimento à Polícia, Marcelo afirmou que pilotava uma moto na Avenida Cupecê, quando freou o veículo. Ele afirma que não estava em alta velocidade. Naquele momento, os Policiais começaram a correr em sua direção.

Marcelo disse ainda, que desceu da moto e começou a correr. Contudo, foi agredido com golpes de cassetete na cabeça e nas costas. Ele informou que logo em seguida, Luan o pegou "pelo colarinho da camisa" e arrastou até perto da ponte. Em seguida, o Policial disse: ou você saltar ou será arremessado.

Com medo, Marcelo informou que implorou para o PM afirmando que não era ladrão e que a moto não era roubada. Mesmo assim, o PM pegou sua perna e o jogou de cima da ponte.

Como ficará o processo

Com o indiciamento, o inquérito aberto pela Polícia Civil deve ser concluído nos próximos dias e enviado ao Tribunal do Júri. O juiz, então, abrirá prazo para o Ministério Público decidir se oferece denúncia (acusação formal à Justiça), pede mais providências ou se arquiva o caso.


Fotos: Divulgação/Redes Sociais.

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