Os manifestantes reivindicam a decisão da Prefeitura, de retirar os moradores do local para a Construção de um Parque.

Dezenas de moradores protestaram contra a presença de policiais Militares, na tarde desta sexta-feira (18), na Favela do Moinho, região Central de São Paulo.
Devido a manifestação, a circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, na Linha 8-Diamante do Metro, precisou ser interrompida, mas foi normalizada no meio da tarde.
Com barricadas e fogueiras de pneus e alguns pedaços de madeira, os moradores entraram em truculência com os Policiais, iniciando assim um conflito. Para dispensar e acalmar os manifestantes, os PM's lançaram gás de efeito moral. Não houve feridos.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP/SP), informou que a Polícia Militar (PM) fez a prisão de um suspeito de tráfico de drogas, em uma comunidade localizada no bairro Campos Elísios. Completou dizendo, que as equipes Policiais monitoram a situação à distância, para evitar novos confrontos e feridos.
Retirada da Comunidade
Nesta terça-feira (15), moradores da favela realizaram uma caminhada pelo Centro da Capital Paulista, em protesto contra um projeto do Governo do Estado, para a implantação de um parque no local, onde fica localizada a Comunidade.

Os manifestantes chegaram a ocupar as duas pistas da Avenida Rio Branco e seguiram em direção à Câmara Municipal. Houve novo conflito entre a PM e os manifestantes. Ninguém ficou ferido.
O que diz o Governo
Segundo o Governo do Estado, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) tem se reunido com os moradores desde 2024 e está presente na região para apresentar opções de atendimento habitacional e manter tratativas com as famílias que hoje moram na área, a fim de oferecer moradias dignas e seguras, de acordo com a Política habitacional vigente. Ainda segundo a pasta, a desocupação da área visa a segurança dos moradores.
Única favela do Centro de SP
Localizada há cerca de 20 anos na fronteira entre os bairros Bom Retiro e Campos Elíseos, na região Central da Capital, a Favela do Moinho ocupa uma imensa área de posse da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
O órgão pretende ceder a área gratuitamente ao Governo Estadual para a construção do Parque. A proposta do Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), é transferir as cerca de 900 famílias para moradias residências subsidiadas pela CDHU. A maior parte das habitações, no entanto, não está pronta.
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FOTO: Gabriela Moncau/Brasil de Fato. |
Na região do centro, apenas 100 unidades foram ofertadas. Segundo as lideranças comunitárias, as habitações têm de 25 a 33 metros quadrados. Para todas as outras famílias, a opção é viver com um auxílio aluguel de R$ 800, custeado em 50% pelo governo estadual e 50% pela prefeitura.
As outras unidades habitacionais ainda não estão construídas e têm previsão de entrega em cerca de dois anos. De acordo com a Associação de Moradores da Favela do Moinho, para as famílias adquirirem suas novas moradias, terão que pagar parcelas de 20% de seus salários ao longo de 30 anos.
Fotos: Divulgação/Olhares de Sampa.
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