Aprígio, que era candidato à reeleição nas eleições de 2024, foi baleado e ferido no ombro esquerdo por um tiro de fuzil dentro do carro, disparado de outro veículo.

O Ministério Público (MP) e a Polícia Civil, concluíram que a tentativa de homicídio cometida contra José Aprígio (Podemos), então prefeito de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, durante a campanha eleitoral do ano passado foi forjada.
De acordo com a pasta, o ataque a tiros foi uma simulação combinada para dar a impressão de que o então prefeito tinha sofrido um atentado.
A tentativa de homicídio
No dia 18 de Outubro de 2024, entre os dois turnos da eleição municipal, Aprígio, que era candidato à reeleição, foi baleado e ferido no ombro esquerdo por um tiro de fuzil, disparado de um veículo. Noticiamos este caso aqui no nosso Portal. (Relembre).
De acordo com os médicos, a bala perfurou o carro blindado do Político e os executores fugiram pela Avenida Aprígio Bezerra da Silva, que leva o nome do pai dele.

Seu motorista, um secretário e um fotógrafo estavam juntos, mas não foram atingidos. Seis disparos furaram a lataria e o vidro do automóvel. No hospital internado em um leito de UTI, Aprígio ainda gravou um vídeo chorando e publicou na redes sociais agradecendo o apoio de todos e o livramento.
Lembrando que ele não conseguiu se reeleger ao cargo nas eleições municipais do ano passado. Procurado por nossa equipe, Aprígio não quis falar sobre o assunto, disse apenas que as acusações não são verdadeiras e que tudo se esclarecerá em breve.
Segundo a Polícia Civil e o MP, Além e Aprígio, nove pessoas, sendo três ex-secretários que atuavam para ele na época, estão envolvidos diretamente no falso ataque e seguem sendo investigados.
Para a Polícia, o caso deve ser registrado como "tentativa de homicídio, incêndio e adulteração de veículo".
A investigação
Segundo a investigação, José Vanderlei Santos (que era secretário de Transportes), Ricardo Rezende Garcia (que foi secretário de Obras), e Valdemar Aprígio da Silva (então secretário de Manutenção e irmão do prefeito), planejaram a simulação de um atentado político a Aprígio. Valdemar foi preso na operação desta segunda-feira, mas por porte ilegal de arma.
Segundo a Polícia Civil, eles ainda tiveram a ajuda do sobrinho do Prefeito Cristian Lima Silva, que já havia sido investigado pela polícia em Alagoas por ter forjado um ataque contra si mesmo em 2020.
De acordo com com o MP, em 2024, os secretários de Aprígio fizeram contato com dois homens, Anderson da Silva Moura, o "Gordão", e Clovis Reis de Oliveira, para que eles contratassem atiradores para executarem o plano. Anderson foi preso nesta segunda pela Polícia. Já Clovis, continua foragido.
Anderson e Clovis contrataram Gilmar de Jesus Santos, o atirador, e Odair Júnior de Santana, que dirigiu o veículo que emparelhou com o carro de Aprígio.
A arma usada na fraude, um fuzil AK-47, foi comprado por R$ 85 mil. Os executores receberam uma quantia de R$ 500 mil, no total, para simularem o ataque.
Gilmar foi preso pela Polícia em 2024 durante a investigação. Odair e Jefferson Ferreira de Souza, que ajudou a dupla na fuga, colocando fogo no automóvel que usaram, estão foragidos e também são procurados.
A Polícia e a Promotoria apreenderam armas nos endereços de alguns dos investigados, mas o fuzil usado na farsa ainda não foi encontrado.
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Armas apreendidas durante Operação da Polícia. FOTOS: Divulgação/Polícia Civil. |
As autoridades chegaram a pedir as prisões dos três secretários e do sobrinho de Aprígio, mas a Justiça não concordou. E só autorizou fazerem buscas e apreensões nos imóveis dos investigados e de pessoas ligadas a eles. Na casa de Aprígio, por exemplo, foram encontrados e apreendidos R$ 320 mil em dinheiro.