O ambientalista morreu após cair da embarcação na Represa Billings, em Agosto de 2022. O corpo foi encontrado cinco dias após o acidente.
A Justiça condenou em Júri popular, na noite desta terça-feira (19), os acusados de matar o professor de história e líder ambiental, Adolfo Souza Duarte, "o Ferrugem", de 41 anos, em agosto deste ano, na Represa Billings, Zona Sul de São Paulo.
Ferrugem desapareceu após cair de uma embarcação na Represa Billings, no dia 1º de Agosto de 2022, e não mais foi visto.
O corpo dele foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros do dia 06 de Agosto, cinco dias após o desaparecimento, próximo à 1ª balsa da Represa, localizada na Avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo.
Os acusados do crime já estão presos. Segundo a Justiça, Mauricius da Silva, foi condenado a 19 anos e 2 meses de prisão pelo crime.
Além dele, Vitório Alax Silva Santos também é réu, mas seu julgamento deve ser marcado para o primeiro semestre de 2025. Os dois negam participação no crime. A decisão da Justiça cabe recurso, mas os dois aguardarão presos.
Em setembro de 2022, a Justiça decretou a prisão de quatro pessoas suspeitas de participação do assassinato. As jovens Mikaelly da Silva Santos e Katielle Souza Santos foram impronunciadas e soltas em fevereiro deste ano.
A Justiça não concordou que elas deveriam ser mandadas a júri pelo assassinato. Lembrando que a promotoria está recorrendo da decisão.
Para o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ambos suspeitos agiram juntos para matar Ferrugem com um golpe mata-leão e ocultar o cadáver, jogando a vítima na represa.
Os réus foram mandados a júri popular em fevereiro deste ano. O Júri foi formado por quatro mulheres e três homens, todos jovens e começou na manhã desta segunda-feira (18). Oito testemunhas foram ouvidas.
Entre as testemunhas está a Legista, que confirmou a morte por asfixia mecânica e lesões no pescoço da vítima, o perito criminal que analisou as provas no barco, além da delegada Jakelline Barros dos Santos.
De acordo Jakeline Barros, todos os acusados caíram em contradições durante a investigação e sendo assim, confirmam que participaram juntos do crime.
O perito criminal do caso também disse que o tranco do barco, "termo usado pelos suspeitos para justificar o acidente", só seria possível se houvesse uma aceleração do veículo.
O Perito afirmou ainda que um simples toque equivocado no manete do veículo, que os réus alegaram que o acusado Alax teria feito sem intenção, não ocasionaria o acidente. Outras duas testemunhas de defesa do acusado foram ouvidas nesta terça, além do próprio réu.
Walfredo Cunha Campos, promotor do caso, disse aos jurados que Maurícius e Victorio Alax, conhecidos desde a infância, mataram a vítima juntos. Walfredo declarou ainda que ambos estavam interessados nas garotas, mas que os planos foram evitados depois que uma das jovens começou a dançar com a vítima.
A defesa
Já a defesa de Maurícius, o advogado Alex Pelisson Massola, chamou a descrição da promotoria de ilação e que ele não teve participação. Ele reforçou que as duas jovens foram inocentadas. Para ele, o MP mudou de versão para incriminar Maurícius.
O crime
Conhecido como Ferrugem, o ambientalista também era presidente da ONG Meninos da Billings, focada na preservação da região da represa a partir do trabalho de educação ambiental do manancial.
Ferrugem voltava de um passeio pela represa com dois casais que o contrataram para o serviço. Com o solavanco, os tripulantes da embarcação caíram e Ferrugem teria se afogado.
Os Bombeiros realizaram buscas diárias no local até encontrar o corpo, cinco dias após o acidente. Ferrugem teria recebido R$ 50 para fazer o passeio com os dois casais.
Fotos: Divulgação/Polícia Civil.