Justiça leva acusados de matar ambientalista a júri popular, dois anos após o crime

O ambientalista morreu após cair da embarcação na Represa Billings, em Agosto de 2022. O corpo foi encontrado cinco dias após o acidente.



Ferrugem desapareceu após cair de uma embarcação na Represa Billings, no dia 1º de Agosto de 2022, e não mais foi visto. 

O corpo dele foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros do dia 06 de Agosto, cinco dias após o desaparecimento, próximo à 1ª balsa da Represa, localizada na Avenida Dona Belmira Marin, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo.

Os acusados do crime já estão presos. Segundo a Justiça, Mauricius da Silva, foi condenado a 19 anos e 2 meses de prisão pelo crime. 

Além dele, Vitório Alax Silva Santos também é réu, mas seu julgamento deve ser marcado para o primeiro semestre de 2025. Os dois negam participação no crime. A decisão da Justiça cabe recurso, mas os dois aguardarão presos.


Em setembro de 2022, a Justiça decretou a prisão de quatro pessoas suspeitas de participação do assassinato. As jovens Mikaelly da Silva Santos e Katielle Souza Santos foram impronunciadas e soltas em fevereiro deste ano. 

A Justiça não concordou que elas deveriam ser mandadas a júri pelo assassinato. Lembrando que a promotoria está recorrendo da decisão.

Para o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ambos suspeitos agiram juntos para matar Ferrugem com um golpe mata-leão e ocultar o cadáver, jogando a vítima na represa.

Os réus foram mandados a júri popular em fevereiro deste ano. O Júri foi formado por quatro mulheres e três homens, todos jovens e começou na manhã desta segunda-feira (18). Oito testemunhas foram ouvidas.

Entre as testemunhas está a Legista, que confirmou a morte por asfixia mecânica e lesões no pescoço da vítima, o perito criminal que analisou as provas no barco, além da delegada Jakelline Barros dos Santos. 

De acordo Jakeline Barros, todos os acusados caíram em contradições durante a investigação e sendo assim, confirmam que participaram juntos do crime.

O perito criminal do caso também disse que o tranco do barco, "termo usado pelos suspeitos para justificar o acidente", só seria possível se houvesse uma aceleração do veículo. 

O Perito afirmou ainda que um simples toque equivocado no manete do veículo, que os réus alegaram que o acusado Alax teria feito sem intenção, não ocasionaria o acidente. Outras duas testemunhas de defesa do acusado foram ouvidas nesta terça, além do próprio réu.

Walfredo Cunha Campos, promotor do caso, disse aos jurados que Maurícius e Victorio Alax, conhecidos desde a infância, mataram a vítima juntos. Walfredo declarou ainda que ambos estavam interessados nas garotas, mas que os planos foram evitados depois que uma das jovens começou a dançar com a vítima.
 
A defesa

Já a defesa de Maurícius, o advogado Alex Pelisson Massola, chamou a descrição da promotoria de ilação e que ele não teve participação. Ele reforçou que as duas jovens foram inocentadas. Para ele, o MP mudou de versão para incriminar Maurícius.

O crime


Conhecido como Ferrugem, o ambientalista também era presidente da ONG Meninos da Billings, focada na preservação da região da represa a partir do trabalho de educação ambiental do manancial.


Ferrugem voltava de um passeio pela represa com dois casais que o contrataram para o serviço. Com o solavanco, os tripulantes da embarcação caíram e Ferrugem teria se afogado.

Os Bombeiros realizaram buscas diárias no local até encontrar o corpo, cinco dias após o acidente. Ferrugem teria recebido R$ 50 para fazer o passeio com os dois casais.



Fotos: Divulgação/Polícia Civil.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem

FLAGRA SP: Mulher é feita refém em Ponto de ônibus na Avenida Paulista.