O Instituto Butantan interrompeu a fabricação da CoronaVac, primeira vacina contra a covid-19 aplicada no Brasil.
Sem novos pedidos por lotes do imunizante, a instituição não tem previsão de retomada da produção. O último lote foi feito em outubro de 2021, de acordo com a instituição. O Butantan —ligado ao governo paulista— forneceu mais de 110 milhões de doses ao Ministério da Saúde. O último envio ocorreu em fevereiro deste ano. Desde então, alega que não foi procurado para firmar novos contratos.
A vacina foi alvo de disputa política entre o ex-governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela foi aprovada pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para uso emergencial em janeiro do ano passado e segue sendo usada na vacinação de crianças e adolescentes.
Com a oferta de outros imunizantes e a ausência do registro de uso definitivo, a CoronaVac perdeu espaço na campanha nacional de vacinação. As outras três vacinas aplicadas no Brasil já contam com registro definitivo pela Anvisa: Pfizer, AstraZeneca e Janssen.
Registro definitivo
Em abril deste ano, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou o fim da emergência sanitária pela covid-19 no país. Com isso, somente os imunizantes com registro definitivos podem ser utilizados em adultos. Por isso, a CoronaVac ficou restrita a crianças e adolescentes.
Uma pesquisa feita no Chile confirmou que a CoronaVac, em crianças, pode prevenir mais de 90% das internações pela covid-19. O Ministro ainda afirmou que se a CoronaVac conseguir o registro definitivo da Anvisa, será possível considerá-la como opção ao Ministério da Saúde.
O Instituto Butantan deve entregar análises da eficácia da vacina que foram solicitadas pela Anvisa na primeira quinzena de julho. O Butantan, entretanto, afirma que a eficácia da CoronaVac na dose de reforço ou terceira dose já foi comprovada cientificamente por estudos na China, Turquia e Chile.
Foto: Divulgação/Jornal do Comércio.
Tags
SAÚDE